1. MINHA PRIMEIRA NOITE DE AUTÓGRAFOS. 2. Uma poesia “O SOL”. 3. Minha Infância, minhas letras!
1. MINHA PRIMEIRA NOITE DE AUTÓGRAFOS. No dia 20 de Abril de 2007 foi, excepcionalmente, minha primeira noite de autógrafos, por conta do livro SETE ESTRELAS DA POESIA, editado pela RB-EDITORA e supervisionado pelo proprietário da Editora, o nosso amigo e escritor RICARDO DE BENEDICTIS, que conta com um extenso currículo em sua vida, ou seja, jornalista, professor, compositor, escritor, poeta e um extenso cabedal intelectual nas diversas áreas culturais. Por ocasião da noite de autógrafos ocorrida na Livraria Siciliano, Stand este instalado na 8ª BIENAL DO LIVRO DA BAHIA, eu e os outros seis poetas tivemos a oportunidade de conhecer diversas pessoas, além de, é claro, trocarmos informações com vários artistas do meio literário, teatral, cinematográfico e, obviamente, jornalístico. No dia 21 de Abril de 2007, fomos agraciados com a posse da ACADEMIA POÇOENSE DE LETRAS, com a presença do Presidente, Sr. Ricardo de Benedicits, ao qual recebi meu diploma. Recebemos também livros de autoria do Ricardo de Benedicits, além da cópia da ata, registrada em cartório, que nos informa a data que fomos eleitos acadêmicos e a cadeira que ocuparemos. É fantástico! Mesmo engatinhando no palco das letras, já sou imortal. Isso é vero? É sim... Fiquei muito feliz por ter o meu trabalho reconhecido, principalmente porque, nessa ocasião, a atriz, produtora e professora de Teatro, telejornalismo etc, a atriz, Rada Rezedá, filmou o evento de posse e brindou-nos com a presença de seus alunos do curso de Telejornalismo. Os alunos nos entrevistaram e tivemos a oportunidade de contar nossa trajetória literária. Todas as perguntas foram muito interessantes. Aprendemos muito com eles, com toda certeza, pois, pelo fato de serem jornalistas formados e estarem buscando a TV como forma de expressar o dom da informação são jovens, expressivos, sonhadores e desejam, como todos os brasileiros, mudanças no Brasil, para que haja mais segurança, educação, justiça social e o reconhecimento do trabalho de todos os profissionais ligados à arte de levar cultura e informação para todos os cantos do país. A jornalista Jacqueline Addans, formada pela Faculdade de Tecnologia e Ciências de Salvador-BA, me questionou a respeito de minha história como escritora. Ela desejava, na verdade, esclarecer o que eu havia dito a meu respeito no discurso de posse da Academia. Contei a todos a seguinte história: Quando criança eu era muito gaga. As palavras começadas com as letras “B”, “C”, “D”, “P” e “V” eu achava as piores de serem pronunciadas. Aos nove anos eu estudava no Externato Nossa Senhora das Graças e tinha uma professora chamada Dona Agripina. Todos os dias eu ia caminhando até a escola, ensaiando o bendito: “Boa tarde, Dona Agripina!”. Eu ia falando baixinho pela rua: Boa tarde, D. Agripina! Boa tarde, D. Agripina! Boa tarde, D. Agripina! Chegava à escola e ao tentar pronunciar a palavra que iniciava com a letra B, o “Boa” tarde, sempre encrencava. Nunca consegui cumprimentá-la como todos os alunos. Um dia, D. Agripina reclamou com minha mãe. Disse que ela deveria me orientar no sentido de cumprimentar todas as pessoas, pois meu comportamento conotava falta de educação. Minha mãe, assim que cheguei em casa, me chamou para conversar e perguntou o porque de minha atitude, ou seja, ela estranhava o fato de eu não cumprimentar a professora. Eu, bastante nervosa, com medo de ser castigada, comecei a chorar e disse: - Mãe, eu não consigo falar a palavra Boa. Fico gaga quando chego à escola e a palavra não sai. Aí eu vou me sentar em minha carteira e fico quieta. Olhei para o rosto de minha mãe e vi que uma tímida lágrima escorria dos seus olhos e descia pelo canto do nariz. Ela, muito carinhosa, afagou minha cabeça e disse: - Fique tranqüila, minha filha. Amanhã, mamãe falará com a D. Agripina e ela entenderá o que está acontecendo. Mas você, filha, não desista! Vá tentando, aos poucos, melhorar sua dicção. Treine sozinha a pronúncia de todas as palavras que são difíceis para você. - Você conhece, filha, aquele cantor Nelson Gonçalves? Eu lhe respondi que sim. Ela, então, me contou que ouviu uma entrevista dele no rádio dizendo que era muito gago e começou a se educar falando pausadamente, respirando calmamente, até que falava devagar e foi se auto doutrinando. Com esforço conseguiu melhorar em mais de 70% sua gagueira. Eu possuía, porém, outro agravante: Era tímida ao extremo! Era tão tímida, que as pessoas perguntavam o meu nome e eu abaixava a cabeça e ficava vermelha, quase roxa, e não respondia nada. Qual era a minha saída? Essa pergunta fervilhava em minha cabeça e eu chorava muito escondida. Acho até que desde aquela época eu já era propensa à depressão. Decidi, então, passar minhas emoções, dificuldades, alegrias, sensações e tudo para o papel! Nenhuma folha de papel era desperdiçada por mim. Torcia para que no final do ano sobrassem muitas páginas em branco dos meus cadernos escolares, a fim de aproveitar as folhas para meus escritos. Fiz, aos nove anos, minha primeira poesia. Era assim: 2. O SOL Quando acordo bem cedinho Vejo no céu um brilho radiante É o sol, sorridente e feliz. Dando-me um bom dia cintilante. O Sol, o nosso amigo, Ilumina nosso mundo É dotado de beleza E de um brilho profundo Espalha seus raios solares Por todos os lugares Por vales, regiões E até em volta dos mares... Faz crescer as plantas, Seca as roupas do varal Bate forte lá na praia E ilumina meu quintal Mas à tarde ele vai embora Esconde-se atrás do monte Eu me despeço dele sorrindo E olho pra longe, para o horizonte... Existiam outras estrofes, mas não me recordo. Emprestei meu caderno para uma coleguinha chamada Sandra que se mudou de casa e carregou os meus escritos. Até hoje lastimo... Era o meu maior tesouro. 3. Minha Infância... Minhas letras! Ainda hoje, apesar de já não ser mais gaga, de ser menos tímida e de me considerar um ser humano normal, tenho minha caneta como arma e o papel como ideal. Com a informática, adquiri o computador, que julgo ser uma das maiores invenções da vida. Através dele eu escrevo, desabafo minhas angústias e vou “Juntando Letras” com a idéia e a vontade de mudar o mundo. Acho que meus escritos, plagiando Vila Lobos, são como cartas que deixo à posteridade sem esperar respostas... O que escrevo me serve como um divã. Viajo pelas letras e busco um mundo diferente; Anuncio a chegada de alguém que nasceu, Ou informo minha tristeza por alguém que morreu... Falo sobre minha vida, minha liberdade, meus amores, desamores, falo sobre a saudade; Sobre a paz, a fraternidade, a luz. Sobre as fronteiras sem limites, do artista, do óbvio, do feio, do belo... Do ócio, do trabalho, do novo e do velho. Escrevendo, me torno mais feliz, Converso comigo mesma e vejo as pessoas do jeito que quero ver. Descrevo uma paisagem a minha maneira Que sinto, que respiro, que vivo, Do jeito que sei escrever. Falo sobre meus amigos, inimigos, Minhas diferenças... Ataco o governo desleal, O corrupto que é mais selvagem Do que um feroz animal. Repudio a violência, A pedofilia, o trabalho infantil... Grito pela falta de educação do povo Pelo analfabetismo letárgico e cruento Que habita nosso país E faz o povo infeliz. Desse país que eu tanto amo, Que quero ver crescer Que anseio ver com saúde E meus irmãos com menos sofrer. Já estou parando por aqui, Não devo continuar, Senão vou varando a noite Escrevendo sem parar... Digo para mim em pensamento: - Pare MEG, o dia vai raiar! Assim sendo, por sugestão da Jornalista Jacqueline Addans, estou lhes contando essa história para que, quem sabe, possa ajudar pessoas que possuam os mesmos problemas que eu e tenham o dom das letras. Uma outra pergunta que sempre fazem é a seguinte: - Por que você decidiu ser escritor (a)? Ninguém decide ser escritor, poeta, contista, desenhista, músico, médico, dentista, bombeiro, professor, halterofilista, jornalista, sambista, letrista etc. Cada um possui um dom. Vide a primeira carta do apóstolo Paulo aos Coríntios: Capítulo 12 1 Ora, a respeito dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes. 2 Vós sabeis que, quando éreis gentios, vos desviáveis para os ídolos mudos, conforme éreis levados. 3 Portanto vos quero fazer compreender que ninguém, falando pelo Espírito de Deus, diz: Jesus é anátema! E ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor! senão pelo Espírito Santo. 4 Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. 5 E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. 6 E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. 7 A cada um, porém, é dada a manifestação do Espírito para o proveito comum. 8 Porque a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência; 9 a outro, pelo mesmo Espírito, a fé; a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; 10 a outro a operação de milagres; a outro a profecia; a outro o dom de discernir espíritos; a outro a variedade de línguas; e a outro a interpretação de línguas. 11 Mas um só e o mesmo Espírito opera todas estas coisas, distribuindo particularmente a cada um como quer... (...) 27 Ora, vós sois corpo de Cristo, e individualmente seus membros. 28 E a uns pôs Deus na igreja, primeiramente apóstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de línguas. 29 Porventura são todos apóstolos? São todos profetas? São todos mestres? São todos operadores de milagres? 30 Todos têm dons de curar? Falam todos em línguas? Interpretam todos? 31 Mas procurai com zelo os maiores dons. Ademais, eu vos mostrarei um caminho sobremodo excelente. Obs.: A Carta acima mencionada (1ª Carta de Paulo aos Corintios – Capítulo 12) não tem a intenção de propagar qualquer religião, mas sim, esclarecer os ensinamentos em que creio, foram deixados por Jesus, para que pudéssemos entender a vida com mais facilidade e maior amor por nós e por nossos semelhantes. Como sempre digo a todos, inclusive, por várias vezes mencionei na Bienal, não professo nenhuma religião, tampouco partidos políticos. Acho que ambos, religião e partidos políticos, desunem as pessoas. MEG KLOPPER
Enviado por MEG KLOPPER em 28/04/2007
Alterado em 29/04/2007 |