O SOM DO BARZINHO
Sempre digo que sou notívaga, para não dizer que sou boêmia. Infelizmente, porém, não posso me dar ao luxo de levar a vida assim. Existem outros afazeres que não me permitem estar sempre na noite. A noite, para mim, é algo mágico onde todos que se encontram tem por objetivo a diversão, a descontração, o afago no âmago, enfim, todos sentem-se um pouco livres e sedentos da energia balsâmica da lua que embala e do sereno que molha nossa corpo e nos remete ao encontro de nós mesmos. Para muitos isso pode parecer tolice, já que o mais importante para essas pessoas são os raios solares, a luz da manhã, o vibrar das máquinas de furar da casa ao lado; As ruas são encobertas pelo pó dos passantes, dos vendedores ambulantes, de gente correndo para o Banco, para buscar o exame, para trabalhar, para a academia, para a fisioterapia e UFA! para ganharem o precioso pão de cada-dia. Mas ao cair da tarde, mais descontraídos, a maioria segue seu destino para casa, para ver a novela, para ler o jornal que não deu tempo de ser lido durante o dia... tem ainda o futebol (para quem gosta, é claro) e os sonhos que chegam em nossas mentes e ocupam lugar. O único problema é como alcançar a realização de todos eles, desses sonhos que temos acordados e que nos acompanham desde a tenra infância. Bem, mas eu comecei com o titulo SOM DO BARZINH, artistas da noite que, com seu violão, "recantam" canções e colocam seu estilo tão próprio em cada um delas. Mas que palavra é essa: RECANTAR? Ah, recantar, no meu dicionário, significa interpretar novamente canções que não nos pertencem, não foram feitas para nós, mas recantamos porque reinventamos a interpretação das mesmas com um jeito só nosso. Então é assim, fica aqui minha saudação e minha homenagem, pois, além de excelentes artistas, dewscnhecidos pela mídia, são solidários, mansos, educados, finos e enxergam através do coração. Muitas pessoas são ajudadas por eles, principamnente inspiradas por eles. Sinto no rosto de cada pessoa, sentada no bar que ele toca, a alegria de estar ali e, bem mais do que isso, da alegria de poder subir ao palco e de cantar juntamente com o cantor(a) que, gentilmente, se cala, toca seu violão e acompanha, humildemente, seu convidado(a), dando oportunidades mil para essas pessoas mostrarem seu talento. Fica também uns versinhos, tímidos, talvez, mas feitos com o coração de quem, de longe, sente carinho e muita admiração por todos os cantores da noite que, como eu já fiz um dia, vagam na imensidão do tempo, mas deixam suas marcas no coração daqueles que buscam companhia, divertimento e alegria. Noite mágica... Noite mágica, traz a tona seus deuses Enfatiza a boemia airada, que vaga de madrugada Cria versos, entoa canções, recita poesias Mas deixa seu rastro nos muros, nas calçadas... Vista-se do ócio e vá buscar companhia Nada de importante, a mesa pode estar vazia Ou reúna-se num grupo, crie emoções notórias Faça pilhérias que ficarão na história. Batuque na caixa de fósforo, invente canções Sorria, ainda há transeuntes na rua Embalde, olhe as estrelas do firmamento São as princesas do céu, filhas do sol e da lua Que nos visitam em vagos momentos Que, absortos, trilhamos nossos caminhos Ouço as canções, vejo gente bonita e feliz Brilhando inocente cantando, a noite, ao Som do Barzinho. MEG KLOPPER
Enviado por MEG KLOPPER em 14/10/2006
Alterado em 16/10/2006 |