MEG KLOPPER

Nascemos sozinhos, morremos sozinhos, mas somente juntos podemos construir uma vida .

Textos


A ÚLTIMA LÁGRIMA

Hoje, 07 de Julho de 2009, foi um dia muito intrigante e triste.

Envolvida em meus "zis” afazeres, por conta de uma viagem que farei, me mantive ausente e não pude recorrer à mídia para saber detalhes sobre o enterro do "Rei do Pop".

Ainda cansada e completamente enrolada ― esta é a palavra correta ― liguei a TV por volta das 03:00 hrs. da madrugada e

deparei-me com uma cobertura jornalística esplendida feita pela Globo News (GNT), sobre a vida/morte do Michael Jackson.

Além da cobertura do triste evento, jornalistas levantaram uma questão filosófica em torno da repercussão da morte de diversos ídolos como foi o caso de:

- Leila Diniz, Elvis Presley, Jhon Lennon, Elis Regina, Raul Seixas, Ayrton Senna, Lady Diana e Michael Jackson. Não necessariamente nessa ordem.



Não posso negar e não vou negar que este assunto me interessa. Eu era fã do Michael e ponto.



Quando eu tinha oito anos, ele tinha dez. Éramos ligados ao movimento da época...

A mesma cabeça, sonhos parecidos e vidas separadas pela diferença de quem nos guiava.



Eu já disse que me espantava um pouco com o movimento "Soul", pois se diferenciava dos moldes que eu vinha acompanhando. Eu também achava estranho aqueles cabelões que pareciam uma touca, sei lá...

Mas essa minha idéia era coisa de criança. Não havia preconceito!



Naquela época a música internacional tinha lugar no Brasil, enquanto nos bastidores ocorria um massacre terrível dos sonhos, dos ideais e das "VOZES" do país. A ditadura que calou e interrompeu a trajetória normal do nosso menino Brasil transitava pelos labirintos da razão eqüidistante ao medo.



Eu, menina levada, cara pintada, me trancava no banheiro para imitar o Michael. Sim, claro!... Meu pai dizia:

- Viu filha, como ele é? Ele é danado, esse menino! Como canta e dança bem! Como ele é isso ou aquilo...

Eu delirava ao som dos "The Jackson Five" e considerava e considero o Michael um gênio. " I'll Be Ther"...(Eu estarei lá).



Não tenho vergonha de expor meus sentimentos. Isso também não é tietagem barata, mas é respeito por mim e pela arte dos outros.

- Para que a hipocrisia e o esconderijo cruel que nos delimita a mentira?

- Quem em sã consciência pode dizer que o Michael não era talentoso? Quem?

- Por que as pessoas não se misturam à massa e se deixam levar pela comoção?

Ah, eu sou extremamente ligada ao ser humano.

A idéia, os ideais, os movimentos políticos, sociais, culturais e transformadores da sociedade me impulsionam para frente. Eu tento seguir o rastro de quem deixa marcas para encontrar respostas.



A prepotência de muitos é a responsável pela indiferença e pelo egoísmo que corrói a nossa sociedade e faz com que busquemos no passado os valores que não arquivamos, mas jogamos ao vento, porque deixamos que o orgulho e a vaidade destruissem a nossa pureza.



Voltando à mídia e ao meu querido Michael, enxugo minhas lágrimas e volto a chorar diante da emoção dos repórteres, dos trabalhadores, das donas de casa, dos lixeiros e dos profissionais de toda ordem que pararam o que estavam fazendo para fixar seus olhos na tela da TV ou nos telões espalhados nos grandes centros do mundo.

A exemplo disso temos New York, Tóquio, Berlim, Amsterdam, Turquia e outras cidades do Oriente Médio , enfim, o mundo estava ligado àquele menino que nasceu negro, talentoso, inteligente, sensível e que não pode crescer normalmente como a maioria de nós.



Não adianta fazermos comparação da vida do Michael com a nossa vida. Ele foi diferente e fez a diferença; Ele influenciou uma geração e transformou pensamentos.



O mundo colocou-o no tôpo devido ao seu enorme talento, mas, ao mesmo tempo, destruiu sua vida quando desejou especular e invadir cruelmente a intimidade do menino que ele era, acusando-o e corrompendo seus princípios e principais ideais.



Ele fez o que pode para dizer as pessoas o quanto as amava. Ele dizia explicitamente que amava seus fãs. Por esse motivo ele é o recordista mundial de caridade. Ele bateu recordes de arrecadação de fundos beneficentes para causas diversas.



Pobre menino Michael...



A síndrome do Peter Pan era causada pelo medo das mentes sujas e doentias que o circundava.

Ele não queria esse mundo sujo... Ele queria a pureza que nunca perdeu!

Um dia, porém, ao perceber a crueldade humana, ele abandonou o seu reino encantado de Neverland e se escondeu nos barbitúricos e nos sedativos implacáveis que não interrompiam sua dor. Não! Os analgésicos não transcendiam, não curavam a grande dor que ele sentia.

Ele gritava, ele urrava, se debatia e tomava remédios para tudo, pois queria se curar... Queria que aquela dor fosse embora.

Ele lutou tanto contra aquela dor que conseguiu transpor as barreiras que o impediam de abatê-la.



Mas o menino conseguiu chegar até a sua grande dor, porque ela estava em sua alma.

Ao transpor as barreiras que o impediam de alcançar o seu lado mais fiel, ele finalmente trocou de lugar com seu público...



Ele sorriu gratificado por saber que era amado e idolatrado e transferiu sua dor para as pessoas que o amava.

Mas será que essa troca foi justa, Mr. Michael Jackson?

Sim, foi justa... Claro que foi...

A sua dor era implacável... Era gigantesca, mas ao combatê-la com a morte, ele deixou-a menos pesada espalhada pela terra.

Ela agora se chama SAUDADE e fez com que, mais uma vez ele sorrisse, pois viu uma última lágrima rolar, tão sua, que fez com que o mundo também chorasse: Sua filha de onze anos disse:

"Eu queria apenas dizer que, desde que nasci, papai foi o melhor pai do mundo... Eu quero te dizer, papai, que eu te amo tanto, tanto!"



A lágrima derradeira lavou sua alma e o desintoxicou do mal, levando-o diretamente ao lugar onde nenhuma dor poderia abatê-lo, pois DEUS também chorou por ele quando, finalmente, resolveu chamá-lo de volta para o seu verdadeiro lar... Seu verdadeiro mundo encantado.



Sorria, Michael, porque a Terra do Nunca ― Neverland ― será sua para sempre... eternamente.









MEG KLOPPER






















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MEG KLOPPER
Enviado por MEG KLOPPER em 09/07/2009
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