QUEM SOU EU? (Homenagem aos Poetas)
Data: 04/11/2006
Créditos:
Título do Texto: QUEM SOU EU?
Autor(a) do Texto: MEG KLOPPER (Amália Klopper) Locutor/intérprete: MEG KLOPPER Editor de som: Sound Forge 6 QUEM SOU EU? - HOMENAGEM AOS POETAS
Alguém que ama, que chora, sofre e ri Que adora liberdade, odeia impunidade Acredita no ser humano, corre da maldade Da infância distante, sente saudade. Adora poesia, detesta água fria... Gosta de música, arte, cinema, teatro Da madrugada, da noite, da boemia Da conversa de bar, não existe melhor lugar. Que escreve, se esforça e se lança Naquilo que aumenta o prazer de amar. Nem sempre o que faz é firme, balança Mas caminha sozinha no mundo a sonhar. Sou quem ama Carlos Drumond que tinha uma pedra no caminho; Que se encanta com o Guma do Jorge Amado e o amor da Zélia. Chora com as canções do Gonzaguinha, de se perder, de se achar... E com a mulher rendeira do Gonzagão que ele ensina a namorar. E em certos dias quando penso em minha gente, trago o Vinicius na mente, e sinto assim todo meu peito se apertar... Pasmo com a poesia da Florbella Espanca que lê no misterioso livro do teu ser, a mesma história tantas vezes lida. Amo Cora Coralina, que fazia poemas de amor tão meigos, tão ternos, tão teus... Não sei... se a vida é curta... Sou o Enigma de Clarice Lispector quando penso Que "tenho várias caras. Uma é quase bonita, Outra é quase feia. Sou um o quê? Acho que um quase tudo, talvez. Ando no rastro dos poetas, porém descalça Quero sentir as sensações que deixaram por aí. Canto as canções do Jobim e vejo o Corcovado, o Cristo Redentor, a garota de Ipanema... Como João Bosco e Aldir Blanc, procuro Henfil num rabo de foguete... Vejo um bêbado com chapeu-côco que me lembra o Carlitos. Meu coração bate outra vez com a esperança do Cartola E volto aos jardins para me queixar com as rosas Fico em silêncio porque as rosas não falam, exalam, simplesmente, o perfume que roubam de ti... Do Mário Quintana, meu amado, existe um "Bilhete" Pedindo que deixe em paz os passarinhos Porque, se me quiseres, não gritará nos telhados Me amará em paz, devagarinho, baixinho, porque a vida é breve...vocês passarão e eu passarinho. Enquanto isso, gritas em meus ouvidos e nada dizes Deixa de me amar e faz meus dias passarem tristes Entoa cobranças, me tira a esperança Faz a vida mais do que breve, faz a vida vazia. E Como Cecília Meireles, eu sou. Em seu poema "Motivo da Rosa" ela ainda não sabe quem é, e diz assim: " Se eu nem sei quem sou, como posso esperar que venha alguém gostar de mim?"
Enviado por MEG KLOPPER em 06/10/2006
|